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Crise |
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“Se o destino for benevolente, um dia você cairá em um buraco bem apertado.” (C. G. Jung. Seminário das Visões). |
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O
ideograma chinês para o conceito “crise” é composto
de dois outros ideogramas que significam: perigo e oportunidade. |
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Há momentos em que nos deparamos com situações que nos foge aos padrões conhecidos. Nosso ego que é responsável pelo cuidado com o mundo interno e externo, tenta lidar com consciência com os afazeres, organizando, analisando, discriminando os conteúdos internos e externos. Tudo muito baseado nas projeções. Enquanto as situações são conhecidas e funcionais, o ego segue seus afazeres em uma determinada ordem. |
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Mas,
uma vez que a consciência tenha
se focado em algum conteúdo inconsciente,
por princípio ocorre à discriminação e aquilo
que estava em determinado equilíbrio no inconsciente
passa e assumir pelo menos dois pólos.
Esta é à base dos conflitos.
A polarização
complementar denota um conflito.
Algo em aparente oposição ou complementaridade que ainda
não foi integrado em uma totalidade juntamente com a consciência. |
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Enquanto
se seguem os padrões pouco se enxerga de diferente na velha visão
de mundo. O ego segue tradicionalmente cumprindo seu papel comodamente.
Mas, é através do novo que as transformações
podem ocorrer, e se adquirir novos recursos. Logo, há uma tendência
igual para o equilíbrio cômodo e aparentemente seguro, quanto
para o desequilíbrio que gera oportunidade para se enfrentar os
conflitos e novos recursos, métodos, padrões, e ampliação
da consciência podem se somar a personalidade promovendo crescimento
e maior maturidade e eficiência. |
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Então,
uma crise pode ser algo que promove crescimento pessoal se bem administrada,
ou melhor, se bem elaborada. Quem não conhece alguma história
de pessoas que venceram suas dificuldades e cresceram muito com isso.
É o mito do herói. Que vence os obstáculos que a
vida trás, se transformando e crescendo. |
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Mas,
quando nos deparamos com os conflitos também nos deparamos com
o que temos de melhor e de pior. Tanto nossa força, energia, motivação
e recursos, quanto nossas fraquezas, pessimismo, desânimo, tédio,
complexos mal resolvidos, neuróses, medos e ansiedade. |
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Nos
deparamos com muito material para se elaborar além dos recursos.
E com tudo isso ainda é preciso suportar a tensão gerada
pela polarização,
ou pelo conflito. Onde o ego é dilacerado e lhe é exigido
forças descomunais. Suportar o sofrimento pode levar a resolução
e ao crescimento (Função Transcendente). Fugir, usar de
subterfúgios adia a resolução, pode ser uma estratégia
egóica defensiva, mas nos deixa “pesados” ou incompletos.
O que não significa necessariamente que sempre devemos enfrentar
os conflitos depende da estrutura do ego,
se este é capaz de vivenciar a tensão oculta no conflito.
Às vezes, um conflito pode durar dias, noutras vezes pode durar
anos, com maior ou menor intensidade. Há casos em que a ajuda da
psicoterapia é fundamental.
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Mas,
em todos os casos a ampliação da consciência,
a integração, o aprendizado, a maturidade é a meta
da nossa natureza humana que nos arremete a evolução, nos
conhecermos melhor, transformar o que era inconsciente
em conhecimento e sabedoria, e evoluir num ser humano mais integro, com
melhores recursos e adaptação. |
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Nilton
Kamigauti - 2010 |
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