Psicologia significa:
“psico” ou “psique” = alma, mente; “logia”
= estudo. Ciência que estuda os aspectos da mente.
Psicoterapia significa: “psique” = alma, mente; “terapia”
= cuidado, tratamento.
O modelo de tratamento
da psicoterapia não é o mesmo que o modelo médico,
que visa à eliminação dos sintomas como sinônimo
de cura. A psicoterapia profunda envolve além da eliminação
dos sintomas a transformação do dinamismo da pessoa de
forma sistêmica, pois se tem a idéia de que o ser humano
é constituído por diversos aspectos como: consciente e
inconsciente, mente e corpo, objetivo e subjetivo e os sintomas costumam
afetar e estar relacionado com diversas áreas da vida da pessoa.
A psique, ou a mente humana, também pode ser vista contendo outras
diversas partes, que apenas por didática costuma ser discriminada,
já que na realidade todos os sistemas e fenômenos ocorrem
ao mesmo tempo quando vista como um todo.
Na psicoterapia profunda se procura compreender o dinamismo consciente
e inconsciente que leva aos sintomas
queixosos, promovendo a ampliação da consciência
e a transformação da pessoa em suas dinâmicas, capacidades
e postura de vida. Para isso são utilizadas técnicas que
se adequam às necessidades do paciente. Cada pessoa é
única, cada um de nós temos: história, cultura,
família etc que nos tornam únicos, portanto, os tratamentos
deverão conter características individuais quanto à
forma e conteúdo, apesar de se trabalhar sob uma mesma “base”,
como por exemplo: todos pertencemos a um grupo, sociedade, nação,
raça, espécie, etc. e isso torna possível o emprego
de técnicas em comum (a psicologia) ao mesmo tempo que se respeita
as particularidades. Assim, os resultados são específicos
a cada sujeito. Mesmo que se vise o tratamento e desenvolvimento da
personalidade humana cada um chegará a conclusões únicas
seguindo suas próprias particularidades. (veja Individuação)
Neste sentido, a psicoterapia (junguiana) se diferencia do aconselhamento,
pois, permite que o paciente tome suas próprias decisões,
ou faça suas escolhas com liberdade e responsabilidade da forma
mais consciente possível.
O tempo de tratamento também difere do conceito de tempo que
atualmente vivemos (real time). Nossa sociedade, ou melhor,
nós exigimos cada vez mais resultados rápidos, por exemplo,
se o médico nos pede mais exames já ficamos desconfiados,
ou no mínimo frustrados pela demora e pelo trabalho e o tempo
que iremos nos dedicar em busca da “cura”. No caso do nosso
mundo interno, o mundo subjetivo, o tempo não se processa da
mesma forma; envolve geralmente, maior investimento de tempo e trabalho.
Os budistas costumam
dizer que o tempo em que se levou para formar uma doença é
o tempo que se leva para curar. Quando a psique começa a criar
um desequilíbrio que pode chegar a uma doença instalada,
esta atitude já é uma tentativa de compensação
de outra postura unilateral inconsciente, em outras palavras, ao se
iniciar o desequilíbrio já se iniciou o processo de re-equilíbrio.
Desta forma, a psicoterapia não costuma ser um tratamento de
um ou dois encontros. O tempo de tratamento na psicoterapia profunda
é indeterminado, dependo do andamento de cada pessoa, ou até
onde ela deseja se conhecer, se trabalhar, ou apenas ao ponto em que
se re-estabelece um equilíbrio.
Pode parecer para alguns que à psicoterapia profunda não
oferece vantagens além da eliminação dos sintomas.
Mas, quanto vale um aprendizado de si mesmo? Ou uma reestruturação
e desenvolvimento da própria personalidade? Quanto vale ser uma
pessoa melhor, perceber-se usufruindo de um crescimento interno, fluindo
mais livre e seguro diante das intempéries da vida? O que se
pode adquirir com a psicoterapia não é um produto descartável,
é uma aprendizagem que se soma a personalidade por toda a vida.
Sendo assim, os investimentos que dispomos a fazer são proporcionais
aos ganhos que teremos. Tempo, trabalho, dedicação, seriedade
é a energia que se investe em um tratamento, e o retorno é
proporcional a tudo isso.
Atualmente no mundo corporativo e no mundo globalizado a informação
não é mais um diferencial. O novo diferencial é
a personalidade de cada um: dinamismo, integridade, equilíbrio,
flexibilidade, capacidade, sociabilidade, liderança, adaptabilidade,
etc. A psicoterapia pode ajudar muito no autoconhecimento, no desenvolvimento
interno, na capacidade de se acolher e se compreender, na capacidade
de desenvolver novos recursos internos, etc. O autoconhecimento como
uma carreira, não se faz da noite para o dia, quando bem feitos
proporciona uma base sólida.
Quando for procurar psicoterapia, além de procurar um profissional
sério e competente, procure observar sua própria disposição
para realizar um trabalho interno com seriedade. Cuidado com a postura
imediatista que acaba por desvalorizar a si mesmo, ou seja, procure
uma postura de maior cuidado consigo mesmo.
Quanto aos custos financeiros de uma psicoterapia.
O valor que se paga para se fazer uma psicoterapia é uma das
partes que torna o tratamento viável. O dinheiro é a remuneração
do profissional que dedica conhecimento, tempo, trabalho, além
das condições físicas do local de trabalho, material,
etc. O dinheiro costuma ser “tabu”, carregado de preconceitos,
é um símbolo intenso e complexo na nossa sociedade, costuma
ser utilizado como parâmetro de valor, de recursos, de status,
de culpa e vergonha, no entanto, mensurar quanto vale o trabalho interno
é algo quase tão complexo quanto o próprio simbolismo
do dinheiro. Costuma demonstrar (proporcionalmente ao quanto se possui
de dinheiro) o quanto se está disposto e o quanto se valoriza
o próprio tratamento, no caso de uma psicoterapia. Como se lida
com dinheiro já nos mostra muito da nossa dinâmica interna.
A maioria dos profissionais que trabalham com psicoterapia profunda,
tem em vista que o tratamento não costuma ter prazo de encerramento
determinado e mesmo que o paciente não se encontre em boa situação
financeira (e poderá ser tratado também mesmo que não
for à queixa principal) costumam negociar valores accessíveis
para ambos, paciente e psicoterapeuta. O sucesso do tratamento depende
não só do dinheiro, não basta pagar e não
se envolver com o processo. O dinheiro como já dito, tem muita
importância enquanto uma parte que torna viável o tratamento,
mas não é tudo. O envolvimento ao próprio tratamento
é condição fundamental para um trabalho bem sucedido,
é o mesmo que se espera da parte do profissional.