<VOLTAR<
  Processo de Individuação
 
O processo de individuação é o processo no qual uma pessoa se torna ela mesma, íntegra e distinta da coletividade, mas não isolada. É o desenvolvimento da personalidade no seu sentido único, singular.
 
 
 
A individuação é um processo de diferenciação cujo objetivo é o desenvolvimento da personalidade individual [...] o impedimento da individuação [...] será prejudicial para a atividade vital do indivíduo [...] Como o indivíduo não é apenas um ser singular, pressupondo-se também relações coletivas, o processo de individuação não leva ao isolamento, mas a uma consistência coletiva mais intensa. (JUNG, 1967, p. 525-526)
 
 
 

Assim, o Self representa o ser em sua totalidade e também o centro organizador, auto-regulador e integrador.

 
       
 
Para ele [Jung], o conceito de si-mesmo oferecia a melhor explicação que era possível oferecer para um dos mistérios centrais da psique – sua criatividade aparentemente milagrosa, sua dinâmica centralizadora e suas estruturas profundas de ordem e coesão. (STEIN, 2006, p.152)
 
     
 

Ao nos desenvolver naquilo que somos únicos, nos deparamos com a totalidade, ou o Self, pois para se ser íntegro é necessário abranger a totalidade do ser. “O processo que conduz a ela [a experiência do Self] foi por mim denominado ‘processo de individuação’”. (JUNG, C.G. 1987d, § 219, p.97).

 
 
 
 
O sentido e a meta do processo são a realização da personalidade originária, presente no germe embrionário, em todos os seus aspectos. É o estabelecimento e o desabrochar da totalidade originária, potencial. Os símbolos utilizados pelo inconsciente para exprimi-la são os mesmos que a humanidade sempre empregou para exprimi-la totalidade, a integridade e a perfeição; em geral, esses símbolos são formas quaternárias e círculos. Chamei a esse processo de processo de individuação. (JUNG, 1987b, § 186, p. 186-187)
 
 

 
 

Neste processo de desenvolvimento da consciência, que envolve a totalidade, o ego reconhece que é o centro da consciência, mas não o centro da personalidade como um todo. Muda-se o foco da consciência do ego para o Self.

 
   
 
Quando isso [o processo de individuação] ocorre positivamente, em vez de uma separação, produz uma união com o inconsciente coletivo, e significa uma expansão da consciência, juntamente com uma diminuição da intensidade do complexo do ego. Quando isso acontece, o ego retira-se em favor do inconsciente coletivo. Atingir esse ponto em que a realidade externa e a realidade interna (a terra e o céu) se tornam uma só é a meta da individuação. (VON FRANZ, 1992, p.153)
 
   
 

Assim, tornar-se único e integro é o próprio processo de amadurecimento que envolve o fortalecimento do ego, o reconhecimento do Self e sua realização. “Talvez a individuação seja, antes de mais nada, assumir a sua própria condição humana tal qual se apresenta, e vivê-la com todas as suas implicações e riquezas, sempre se referindo ao Centro que é ao mesmo tempo o objetivo e a própria vida.” (BONAVENTURE in VON FRANZ, 1985, p.15),

 
   
 
De acordo com Jung [...] todos os momentos da vida individual em que as leis gerais do destino humano rompem com as intenções, as expectativas e concepções da consciência pessoal são, ao mesmo tempo, etapas do processo de individuação, que é a realização espontânea do homem total. Quanto mais o homem se torna consciente do seu eu pessoal, mais se distancia do homem coletivo que ele é, criando com isso uma oposição. No entanto, como o Si-mesmo tende sempre para a totalidade, a atitude unilateral da consciência é corrigida e compensada, e o ego é chamado a se integrar a uma personalidade mais ampla. (ARMANDO, 2006, p. 77)
 
   
   
Nilton Kamigauti - 2008
 
 
Referencias
 
 
 
  <VOLTAR<