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Arquétipos
Polarizados |
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Como
já visto o ego (ver ego) tem a
função de intermediador entre consciente e inconsciente,
e também organiza e discrimina. O ego está no centro da
consciência, e tem a tendência na sua forma de organização
de discriminar, classificar, separar. Isto significa que o ego ao entrar
em contato com algo o separa em pelo menos duas categorias, por exemplo:
bom, mau; longe, perto; etc. Mesmo para os conteúdos inconscientes
quando de alguma forma são percebidos pelo ego, são discriminados
em pelo menos duas polaridades. Da mesma forma as manifestações
dos arquétipos são percebidos a priori sob a forma bipolar
pelo ego. Assim, conteúdos cujas raízes são pertinentes
aos arquétipos são percebidos por exemplo em sonhos, projeções,
fantasias, etc. como tendo pelo menos dois aspectos. Por exemplo, o arquétipo
materno, pode ser visto por um lado como a Mãe Terrível,
Devoradora, e por outro lado a Mãe Divina, Santa. Geralmente o
ego se identifica com uma das polaridades e reprime a outra polaridade
na sombra, se tornando unilateral, ou seja baseado em uma das extremidades
da polarização, propiciando o movimento da enantiodromia.
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A
essência do consciente é a diferenciação; para
ampliar a consciência é preciso separar os opostos uns dos
outros, e isto contra naturam. Na natureza, os opostos se buscam –
“les extême se touchent” – o mesmo se dando no
inconsciente, sobretudo no arquétipo da unidade, no Si-mesmo. Neste
último, como na divindade, os opostos são abolidos, mas
com a manifestação do inconsciente começa a cisão,
do mesmo modo que na Criação: toda tomada de consciência
é um ato criador e desta experiência psicológica derivam
os múltiplos símbolos cosmogônicos. (JUNG, 1991b,
§30, p. 36) |
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Nilton
Kamigauti - 2008 |
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