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Self
e Unus Mundus |
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O
Self é também chamado por Jung como Si-mesmo. O Self é
ao mesmo tempo o arquétipo central e a totalidade da psique. Pois,
por um lado pode ser visto como o arquétipo central que todos herdamos
e por outro o ser em sua totalidade englobando consciente e inconsciente.
O Self costuma ser representado pelas imagens: do círculo, do quadrado
ou da mandala, formas geométricas equilibradas que compõem
uma totalidade. |
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[o
Si-mesmo] deve ser compreendido como a totalidade da esfera psíquica.
O Si-mesmo não é apenas o ponto central, mas também
a circunferência que engloba tanto a consciência como o inconsciente.
Ele é o centro dessa totalidade, do mesmo modo que o eu é
o centro da consciência. (JUNG, 1991b, § 44, p.51) |
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Assim, o Self representa o ser em sua totalidade e também o centro organizador, auto-regulador e integrador. |
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Para
ele [Jung], o conceito de si-mesmo oferecia a melhor explicação
que era possível oferecer para um dos mistérios centrais
da psique – sua criatividade aparentemente milagrosa, sua dinâmica
centralizadora e suas estruturas profundas de ordem e coesão. (STEIN,
2006, p.152) |
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O conceito do Self pode ultrapassar a idéia da psique confinada no indivíduo, “A sua essência [do Self] situa-se além das fronteiras da psique. É psicóide e estende-se a regiões para além da experiência e do conhecimento humano.” (STEIN, 2006, p. 152). Neste sentido a unidade do ser e do Self transpessoal (unidade do mundo ou totalidade da natureza) pode ser explicada através da idéia do Unus Mundus (mundo uno, ou mundo unitário), no qual o indivíduo e o restante do mundo parecem estar conectados numa mesma totalidade. |
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Concretamente,
o unus mundus se manifesta [...] nos fenômenos sincronísticos
(5) . Vivemos normalmente num mundo dualista de
eventos “externos” e “internos”, ao passo que
num evento sincronístico essa dualidade não existe; eventos
externos comportam-se como se fossem uma parte de nossa psique, de tal
modo que tudo está contido na mesma totalidade. (VON FRANZ, 1992,
p.153) |
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(5) Sincronicidade: eventos aparentemente
sem ligação causal mas que contém significado comum
ao observador. “Um conteúdo inesperado, que está ligado
direta ou indiretamente a um acontecimento objetivo exterior, coincide
com o estado psíquico ordinário” (JUNG, 1985c, §855,
p.22-23) |
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Nilton
Kamigauti - 2008 |
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