|  | |||
| Persona | |||
| A 
        persona se refere às máscaras que utilizamos nas adaptações 
        sociais. Para nos expressarmos utilizamos certos conjuntos de comportamentos 
        socialmente esperados, ou padronizados. Assim, a persona tem um caráter 
        coletivo e pessoal ao mesmo tempo. | |||
| A 
        palavra persona é realmente um expressão muito apropriada, 
        porquanto designava originalmente a máscara usada pelo ator, assinalando 
        o papel que este ia desempenhar na peça. [...] Acontece porém 
        que a persona, sendo um recorte mais ou menos arbitrário e acidental 
        da psique coletiva, cometeríamos um erro se a considerássemos 
        in totum como algo de individual. Como seu nome revela, ela é uma 
        simples máscara da psique coletiva, máscara que aparenta 
        uma individualidade, procurando convencer aos outros e si mesma que é 
        individual, quando na realidade não passa de um papel ou desempenho 
        através do qual fala psique coletiva. (JUNG, 1988, p. 133-134) | |||
| A persona tem uma função importante enquanto invólucro que o ego utiliza para lidar com o mundo externo. É fundamental para a vida em comunidade que nos adequemos às diversas situações sociais, para um bom desempenho. 
 
 | |||
| Não 
        há quem não saiba o que significa “assumir um ar oficial”, 
        ou “desempenhar seu papel na sociedade”. Através da 
        persona o homem quer parecer isto ou aquilo, ou então se esconder 
        atrás de uma “máscara”, ou até mesmo 
        constrói uma persona definida, modo de muralha protetora. (JUNG, 
        1988, § 269, p. 50)  
         No fundo a persona nada tem de “real”. Ela 
          é um compromisso entre o indivíduo e a sociedade acerca 
          daquilo que “alguém parece ser”: nome, título, 
          função e isto ou aquilo. De certo modo, tais dados são 
          reais; mas, em relação à individualidade essencial 
          da pessoa, representam algo de secundário, apenas uma imagem 
          de compromisso na qual os outros podem ter um quota maior do que a do 
          indivíduo em questão. (JUNG, 1988, p. 134) | |||
| A identificação com a persona na busca de poder e de prestígio social nos empobrece podendo nos levar à “perda da alma”, devido a negligência com o compromisso interno consigo mesmo. E intensifica a sombra (cap. 7.3), já que a sombra representa muitas vezes quase que seu oposto, aquilo que não gostaríamos de ser. 
 | |||
| Nilton 
        Kamigauti - 2008 | |||
|  | |||
|  | |||